Cada vez que os entregadores de Alberto Youssef saiam para uma missão de entrega de dinheiro, era preciso uma operação minuciosa e cheia de desconforto. Afinal, a propina era carregada escondida no corpo, com artifícios que incluem meias elásticas e coletes ortopédicos.
O truque para fazer o dinheiro desaparecer foi revelado por Rafael Angulo Lopes , funcionário do doleiro Alberto Youssef, em depoimentos e conversas com investigadores da Polícia Federal e advogados, e revelado pelo jornal Folha de S.Paulo . Os maços de notas eram compactados ao máximo.
Primeiro eram guardados em sacos plásticos os mesmos usados para embalar alimentos depois furados para retirada do ar. Depois disso, eram presos ao corpo, com meias e coletes, e ficavam camuflados sob as roupas.
Dessa forma foi possível transportar até um milhão de euros, o equivalente a R$ 3,5 milhões.
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Ainda segundo o jornal, Lopez chegou a se negar entregar propina a Fernando Collor de Mello (PTB-AL), mas acabou obrigado por Youssef. Após cumprir a missão, resmungou Velho gordo! enquanto deixava o apartamento do ex-presidente, afastado do governo em 1992 por corrupção. Collor negou ter encontrado o emissário e recebido dinheiro.
Outro funcionário do doleiro também se viu em apuros em uma de suas tarefas. Adarico Negromonte deveria levar R$ 500 mil a Salvador (BA), mas acabou pegando o avião errado, para Maringá (PR). Após discutir com a tripulação, ele foi obrigado a seguir para o Paraná para, só então, embarcar para a Bahia.
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