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Mais de 7 milhões de brasileiros ainda passam fome

Apesar de número ainda ser alto, proporção é menor que a de anos anteriores; quantidade de lares com acesso a alimentos também subiu

Um em cada quatro lares brasileiros ainda vivia em 2013 algum grau de insegurança alimentar, constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, os casos mais graves de fome atingiram 3,2% (2,1 milhões) dos domicílios, o que equivale a 7,2 milhões de habitantes.

Mesmo assim, o Suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013 divulgado nesta quinta-feira mostrou que o porcentual de brasileiros que passavam fome ou estiveram perto de passar fome caiu, enquanto a proporção de domicílios com acesso adequado aos alimentos aumentou nos últimos anos.

A pesquisa usou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). A EBIA considera segurança alimentar (SA) domicílios em que os moradores tiveram acesso a alimentos em qualidade e em quantidade adequadas e não estiveram na iminência de sofrer restrição de alimentação nos noventa dias anteriores à entrevista. Em Insegurança Alimentar Leve (IL) estão lares em que houve preocupação com a quantidade e a qualidade dos alimentos. Já a Insegurança Alimentar Moderada (IM) ocorre em residências com restrição na quantidade de comida e a Insegurança Alimentar Grave (IG) acontece em domicílios com falta de alimentos e com risco de fome incluindo adultos e crianças.

A expansão de domicílios particulares sem problemas com alimentação evoluiu de 65,1% em 2004 para 69,8% em 2009 e 77,4% em 2013. Nas áreas urbanas, esse número é maior: de 70,7% em 2009 passou a 79,5% em 2013 (no meio rural, caiu um pouco, de 64,8% para 64,7% no mesmo período).

Regiões - A queda do número de pessoas que passaram fome foi desigual entre as regiões do Brasil. O Nordeste teve o maior porcentual de lares com restrição de alimentos em quantidade e em qualidade (38,1%), a frente do Norte (36,1%), Centro-Oeste (18,2%), Sul (14,9%) e Sudeste (14,5%).

Mas foi entre os nordestinos que ocorreu o maior aumento na segurança alimentar nos últimos anos, com a proporção de lares subindo de 46,4 em 2004 para 61,9% em 2013. Na comparação entre os Estados, São Paulo ficou em terceiro lugar em segurança alimentar (88,4%). Espírito Santo (89,6%) e Santa Catarina (88,9%) ficaram nas duas primeiras colocações, enquanto Maranhão (39,1%) e Piauí (44,4%) amargaram as últimas posições do levantamento.

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