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Malafaia e ator José de Abreu discutem por causa de denúncias de desvios de R$ 180 milhões

O pastor Silas Malafaia e o ator José de Abreu discutiram publicamente no Twitter por causa das investigações de desvios de dinheiro em espetáculos culturais subsidiados pela Lei Rouanet, em escândalo revelado pela Operação Boca Livre, da Polícia Federal.

Malafaia usou o microblog para comentar que as notícias sobre as investigações que atingiam boa parte da classe artística havia saído do noticiário, e reiterou que em todas as áreas do governo do PT havia corrupção.

“Impressionante! Saiu da 1ª página dos jornais a roubalheira no Ministério da Cultura. Será porquê? A pergunta que não quer calar. CADÊ os artistas que defendiam tanto o Ministério da Cultura? Calados! A roubalheira em nome da cultura para meia dúzia de esquerdopatas. Onde tem as digitais dos petralhas, a roubalheira é certa. Mais de 180 milhões da lei Rouanet para beneficiar os camaradas amigos”, escreveu Malafaia.

Dando nome a pelo menos um boi, o pastor se dirigiu ao ator global e militante petista: “O ator José de Abreu, aquele que cospe nos outros, defensor ardoroso do governo do PT, é um dos maiores beneficiados pela lei Rouanet. Entendeu agora?”, questionou Malafaia, respondendo às perguntas de seus seguidores no Twitter sobre quem seriam os beneficiados.

“Os verdadeiros artistas que precisavam do incentivo da lei Rouanet, nunca conseguiram nada. Só gente graúda do meio artístico e petralhas. A CPI da lei Rouanet vai mostrar cada uma que vocês não têm ideia. Está na fila na Câmara para ser implantada”, acrescentou.

O ator, que não costuma recuar quando provocado, respondeu: Vem quente, pastor Malafaia, que estou fervendo. Nos encontraremos num juízo qualquer. Será um prazer quase sexual enfrentar tal fascista. Quem ri por último ri melhor. Aguardemos o pronunciamento da Justiça”, escreveu José de Abreu, anunciando um processo contra o pastor.

Malafaia retrucou afirmando que apresentaria provas de que José de Abreu teria contas a prestar por dinheiro recebido do Ministério da Cultura, e a discussão virou assunto de nota no Radar Online, da revista Veja.

“[O pastor] reclamou que artistas reconhecidos, com capacidade para obter financiamentos próprios, representam a maioria dos que são beneficiados com altos incentivos da lei. Citou como exemplo José de Abreu e, quem acompanha o ator nas redes sociais (ou em restaurantes), sabe que ele não dispensa uma briga (ou uma cusparada). Malafaia acusou Abreu de estar inadimplente com a Rouanet e, mesmo assim, seguir obtendo incentivos com a legislação. Com o barulho nas redes sociais, o pastor prometeu publicar nesta tarde provas da inadimplência”, escreveu o jornalista Severino Motta.

O blog no site da Veja esclareceu o que o próprio pastor prometia apresentar nas redes sociais: “Malafaia se referiu à série de espetáculos ‘Fala Zé – Turnê sul e sudeste’, que teve projeto apresentado ao Ministério da Cultura há cerca de 10 anos. A proponente do projeto foi a hoje ex-mulher de Abreu Camila Paola Mosquella. Quem entra na página do Minc e busca dados sobre o projeto é informado que a situação está ‘inadimplente – não respondeu a diligência da prestação de contas’. Tal andamento é de 2011. Além disso, ao checar os dados da proponente Mosquella, consta o e-mail ‘[email protected]’. O projeto recebeu um incentivo de 299 400 reais. A peça conseguiu captar todo o dinheiro. Quem bancou integralmente a turnê foi a Petrobras”.

Incomodado, o ator respondeu às denúncias de Malafaia, minimizando o caso e sugerindo que os dados na página oficial do Ministério da Cultura é que estão errados: “Fui ver a ‘denúncia’ do Malafaia: a ‘inadimplência’ nada tem a ver com prestação de contas. Foram espetáculos comprados pelo patrocinador. A exigência do Minc: material de divulgação, observado o previsto no Plano Básico de Divulgação (cartaz, programa, anúncio de jornal e fachada de teatro); Registro fotográfico e/ou videográfico. Como foi compra de apresentações não tem como ficar ‘inadimplente’ na prestação de contas. Seu Malafaia vai se ver com a Justiça. De qualquer forma o patrocinador só pagou DEPOIS das apresentações feitas e comprovadas. Nem haveria como a prestação de contas cair em exigência”, afirmou o ator.

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