Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no País. O dado da frequência de ataques sexuais ganhou destaque após a repercussão de estupros coletivos cometidos no Rio e no Piauí, na semana passada, e estampou cartazes em atos realizados em diversos Estados. O número, no entanto, é reconhecidamente subnotificado e, segundo especialistas, pode ser até dez vezes maior estima-se que mais de meio milhão de mulheres, por ano, tenham sofrido algum tipo de violência sexual. A proporção, então, seria de quase um abuso por minuto.
Pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) do governo federal, estimaram, com base em dados de pesquisa feita em 2013, que 0,26% da população tenha sofrido algum tipo de violência sexual, porcentagem que equivale a 527 mil pessoas 10% chegam ao conhecimento da polícia.
Os números são bem maiores do que os que chegam à polícia, sem dúvida. As mulheres se sentem constrangidas em ter de passar pelo julgamento social e das autoridades. Acabam não denunciando, disse a promotora Maria Gabriela Prado Manssur, especialista no enfrentamento à violência contra a mulher do Ministério Público do Estado de São Paulo.
Para a promotora, a falta de notificação representa um risco, já que um ataque inicial pode voltar a acontecer de forma mais grave.
Os ataques representam um total desrespeito à liberdade sexual da mulher, e se mostram como uma forma de controle e opressão.
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