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Carga milionária seria trocada por fuzis e esquema envolvia autoridade paraguaia

Três foram presos e mais seis foram indiciados, entre eles, servidor público

A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (16), a primeira fase da “Operação Projeção”, desencadeada pela Deco (Delegacia Especializada em Combate ao Crime Organizado).

De acordo com a delegada responsável pelas investigações, Ana Cláudia Medina, a quadrilha pretendia trocar a carga milionária furtada, de projetores cinematográficos, por fuzis. O esquema tinha um receptador no Paraguai e até uma ‘alta autoridade’ do país vizinho estaria envolvida.

Três pessoas já foram presas – os irmãos Célio Andrade de Barcelo, de 36 anos, e Luiz César Andrade de Barcelo, de 34 anos, e Antônio Cláudio Corrêa de Souza, de 37 anos. Carlos Santana Siqueira, que era um dos motoristas da quadrilha, está foragido.

Além dos quatro, outras cinco pessoas foram identificadas e indiciadas. Por enquanto, a polícia aguarda deliberações da justiça para poder prender os envolvidos, que fariam parte da ‘cabeça’ da organização criminosa. Entre eles está um servidor público da área da segurança. Segundo Medina, as identificações e detalhes sobre eles permanecerão em sigilo até que possam ser presos.

Foi apurado pela polícia que a carga de projetores cinematográficos, avaliada em R$ 24 milhões seria levada para o Paraguai. A quadrilha trocaria tudo por fuzis, que voltariam para o Rio de Janeiro. A princípio, a polícia não encontrou indícios de envolvimento da quadrilha de furto com facções criminosas.

Com relação aos projetores, da empresa Quanta DGT, que fazem parte do processo de digitalização dos cinemas brasileiros, a quadrilha disse que os equipamentos voltariam posteriormente ao Brasil. Os suspeitos tinham um receptador que ‘esquentaria’ os equipamentos para serem novamente vendidos. Mesmo contando com número de série e diversos mecanismos de segurança para evitar pirataria, os criminosos relataram à policia, que os projetores seriam adulterados para voltarem ao Brasil.

Ainda segundo a delegada, a quadrilha já estava estabelecida há pelo menos dois anos. Nesse tempo já roubaram cargas de produtos como café, cigarros e medicamentos.

Organização

A polícia apreendeu cinco carretas e três carros de passeio. As carretas possuem o sinal de identificação adulterado e a procedência vai ser investigada. Entre os carros, um era roubados e dois pertenciam aos integrantes da quadrilha.

Foram presos pela polícia estão dois motoristas e um empresário do ramo de transportes. Já os ‘cabeças’ da organização estão os cinco identificados que ainda não foram presos estão os cabeças.

Ainda segundo a polícia, os irmãos presos utilizavam diversos documentos falsos. A estratégia era dividir a carga em várias carretas para conseguir levar todos os projetores para o Paraguai, e caso alguém fosse descoberto, apenas o motorista seria preso como receptação e seria mais difícil chegar a toda organização.

A quadrilha vai responder pelos crimes de receptação, adulteração de sinal de veículo automotor, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa.

Furto

O furto milionário, considerado pela polícia como o maior do país, aconteceu no dia 1º de fevereiro, à luz do dia, em São Gonçalo. Parte da carga foi recuperada em Campo Grande no dia 2 de março.

Ao todo, foram furtados 121 projetores importados da Bélgica. De acordo com a diretora de Operações da empresa responsável pela importação do equipamento, Suzana Lobo, os equipamentos recuperados em Campo Grande faz parte do processo de digitalização dos cinemas brasileiros. As salas que operam de modo analógico, com filmes 35 milímetros, vão passar para o formato digital com os equipamentos que foram furtados.

As prisões dos envolvidos aconteceram em Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Parte da carga foi localizada pela polícia em um galpão no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, e a outra, recuperada em Minas Gerais, durante uma abordagem de rotina da Guarda Municipal. O motorista do caminhão se assustou e fugiu abandonando a carga.

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