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Cigarros electrónicos podem ser mais prejudiciais que tabaco

Os cigarros eletrônico, considerados por muitos menos nocivos, podem impor danos semelhantes, ou até piores, do que o tabaco, segundo um alerta do Conselho Federal de Medicina do Brasil.

O cigarro eletrônico, bastante em voga atualmente, é um dispositivo que produz vapor inalável com ou sem nicotina, podendo servir como alternativa ao fumador

«A concentração de nicotina nestes produtos é extremamente alta. Uma hora de uso corresponde a 100 cigarros comuns», segundo Alberto José de Araújo, membro da Câmara Técnica de Combate ao Tabagismo do CFM. Segundo o responsável, os prejuízos são enormes para a saúde.

Quando comparada com o fumo do cigarro, por exemplo, estudos revelam que o vapor dos cigarros eletrônicos apresenta maiores concentrações de monóxido de carbono, nicotina, alcatrão, metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos (cancerígenos) e aldeídos voláteis. O seu uso prolongado pode causar intoxicação aguda por carboxiemoglobina (COHb).

Os valores considerados referência para a concentração de COHb em não fumadores é de 1,6% e em fumadores de cigarros 6,5%, apontam trabalhos dos professores Carlos Alberto de Assis Viegas e Alberto José de Araújo do CFM.

Factor destacado pelo conselho é que a pasta de tabaco, com sabor adocicado e aroma agradável, pode ser responsável pela perpetuação do senso comum de que o seu uso é menos prejudicial para a saúde. A presença de nicotina pode levar o utilizador a criar dependência química.

O órgão alerta para os riscos do uso do cigarro electrónico. Muitas vezes uma alternativa para quem quer deixar de fumar, pode causar o efeito contrário do desejado. Estudos indicam que a semelhança do seu uso com o do cigarro convencional reforça práticas de dependência à nicotina. «Não há indícios científicos que comprovem que o produto auxilia o fumador a largar o vício», alerta Araújo.

Pesa também o facto de que o consumidor não sabe exactamente o que está a inalar ao fumar um cigarro electrónico. Testes científicos indicam que os produtos variam muito na quantidade de nicotina e de outros produtos químicos que constituem o vapor que liberta a nicotina.

Devido à falta de informações sobre o assunto, o Conselho Federal de Medicina pede que o Governo elabore e implemente nas políticas públicas de combate ao tabagismo acções específicas relativas ao cigarro electrónico.

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