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Faltam seringa e agulha em quase 30% das emergências nas unidades de saúde do Brasil

Relatório com 952 unidades aponta que não há sabonete e toalha em mais de 20% dos locais

Um relatório feito pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) aponta que 29% dos 305 estabelecimentos de saúde visitados que deveriam oferecer um tratamento emergencial não tinham seringas, agulhas e Falta de água aumenta risco de diarreia, hepatite A e até cólera, alertam especialistas

Segundo os dados do conselho  15% dos consultórios não garantiam a confidencialidade da consulta e 22% das unidades não possuíam sala de espera. No Pará, médicos atendiam debaixo de uma árvore.

Já em relação à infraestrutura, em 37% das unidades (353) não tinham sanitário adaptado para deficiente; 25% ou 239 unidades não tinham sala para esterilização; 22% ou 214 não possuíam sala de espera com bancos ou cadeiras apropriadas para os pacientes; e em 18% (170) faltavam sala ou armário para depósito de material de limpeza. Em 4% dos consultórios ginecológicos faltavam sanitários e em 20 (2%) não era garantida a privacidade do ato médico.

O membro da Comissão para a Reformulação do Manual de Fiscalização do CFM, Eurípedes Souza, afirmou que não dá nem para imaginar uma mulher sendo submetida a um exame ginecológico sem que sua privacidade seja resguardada”.

Quanto aos itens básicos de higiene, 23% dos consultórios fiscalizados não tinham toalhas de papel; 21% estavam sem sabonete líquido e, em 6%, o médico não podia lavar as mãos após as consultas por falta de pia.

O coordenador do Departamento de Fiscalização, Emmanuel Fortes, esses são itens básicos, que, segundo a Anvisa, não deveriam faltar em nenhum consultório.

Outro lado

O Ministério da Saúde informou por meio de nota que já destinou R$ 5 bilhões para a reforma e construção de 26 mil UBS (Unidades Básicas de Saúde) em 5.000 municípios brasileiros. A ação faz parte do Programa Requalifica UBS que tem como objetivo melhorar as unidades de saúde existentes, além de possibilitar a construção de novas unidades para ampliar o atendimento à população pelo SUS. Atualmente, 22,7 mil obras estão em andamento ou já foram concluídas. A previsão é que outras 14 mil unidades entrem em obras nos próximos anos.

No Brasil, 40,6 mil UBS estão em funcionamento, sendo responsáveis pelo atendimento da população que reside na área de abrangência da Unidade. O setor é responsável pela resolução de até 80% dos problemas de saúde e tem recebido prioridade nos investimentos do governo federal. Uma prova disso é o investimento atual na atenção básica, que dobrou nos últimos quatros anos, alcançando R$ 20 bilhões em 2014. A gestão das UBS é responsabilidade das Prefeituras, com apoio técnico e financeiro do Ministério da Saúde.

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