Indígenas da comunidade Buriti em Sidrolândia desmatam reserva legal, diz PF

Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Militar Ambiental (PMA) encontraram uma grande quantidade de árvores derrubadas na área de preservação ambiental da fazenda Buriti, em Sidrolândia, perto da comunidade indígena.

Segundo a PF, a fiscalização foi no dia 28 de junho quando entraram na reserva legal da fazenda que está em poder de indígenas. O local não está demarcado como terra indígena. Foram encontradas inúmeras árvores derrubadas em medidas para beneficiamento, ou seja, troncos laminados.

Fiscais do Ibama e policiais constataram que árvores centenárias próximas à antiga sede da Fazenda Buriti foram extraídas. Madeiras nobres da espécie aroeira (em sua maioria), jatobá, faveiros, cumbarus e ipês estavam no chão.

De acordo com a chefe da Divisão Técnica Ambiental do Ibama, Joanice Lube Battilani, o instituto deu apoio à ação na fazenda Buriti, mas ninguém foi autuado.

“Agora vamos investigar o autor para autuá-lo e quem está comprando a madeira sem procedência”, afirmou Joanice.

A PF ainda fiscalizou propriedades do Pantanal do Piquiri e no município de Sonora, na região norte de Mato Grosso do Sul. Nessas regiões, foram constatados crimes ambientais, embora nos locais não tenham sido encontradas as madeiras.

Técnicos confirmaram os danos ao ambiente por causa de troncos e raízes deixados no local. Os vestígios também permitiram calcular valores das multas a serem aplicadas aos responsáveis pelas áreas.

Os suspeitos ainda serão identificados e autuados por órgãos ambientais. Foi instaurado inquérito policial para apurar as responsabilidades penais.

As fiscalizações foram feitas depois de o Setor Técnico da Polícia Federal de Geo-Processamento observar nas imagens de satélite cortes seletivos de árvores em algumas regiões. Alvo das ações foram áreas rurais públicas, ou seja, de quilombolas e indígenas.

ImpedimentoDepois de constatarem desmatamento em área de preservação ambiental, os fiscais do Ibama e policiais federais foram impedidos por indígenas de continuar os trabalhos. Conforme a PF, os indígenas se negaram a se identificar e ainda ameaçaram tomar os instrumentos de trabalho das equipes.